quarta-feira, agosto 31, 2011

Av Rio Branco - Visc. Inhauma


As fotos deste post mostram trechos da Avenida Rio Branco, antes de 1912.

A primeira, foi tirada na esquina da Rua Teófilo Otoni, na direção da Praça Mauá. Pode-se ver, à esquerda, na esquina da Rua Visconde de Inhaúma, parte do prédio atualmente ocupado pelo Banco Central, e um dos poucos remanescentes da primeira geração de edifícios da Av. Central.

A seguda foto foi tomada de um lugar bem próximo, mas do lado oposto da Rio Branco, da esquina da Rua Visconde de Inhaúma e em direção à Cinelândia. A torre que se vê no lado par da Av. Rio Branco, pertencia ao prédio do Jornal do Brasil.



quarta-feira, agosto 24, 2011

Castelinho do Flamengo




O castelinho na Praia do Flamengo, hoje Centro Cultural do Município, foi projetado por Francisco Santos, em 1916, para servir de moradia para o dono da Construtora Silva Cardoso e sua família.

A construção terminou em 1918, e a imagem do prédio serviu de ilustração para os anúncios da Construtora.
O prédio sofreu grandes restaurações em 1989 e 1992 para abrigar o Centro Cultural Oduvaldo Viana Filho.

quarta-feira, agosto 17, 2011

João Caetano


João Caetano dos Santos nasceu aos 27 de janeiro de 1808, filho do Capitão-de-Ordenanças de mesmo nome, e de D. Maria Rosa dos Santos.

Ainda muito jovem assentou praça como cadete do Batalhão do Imperador, tendo participado de algumas campanhas no Sul. Entretanto, seu destino era o teatro e contrariando os desejos dos pais, pediu baixa e tornou-se ator.

Começou em um pequeno teatro em Itaboraí, obtendo tal êxito que veio para o teatro de Niterói, representar em dez récitas. O sucesso obtido o fez entrar para o Teatro Fluminense.

A organização da primeira companhia brasileira, com atores nacionais e ordenados fixos, deve-se a João Caetano, que ainda lhes ofereceu assistência material.

Mudando-se para o Rio de Janeiro, veio a construir um teatro na Rua do Valongo. Entretanto, não tendo tido êxito comercial neste empreendimento, foi trabalhar em outras praças, quer em Angra dos Reis, quer em Recife, vindo a tornar-se um ator popular de sucesso.

Empresariou o Teatro São Pedro, na Praça Tiradentes, que cinco meses depois veio a se incendiar; reconstruiu-o e, depois de uma temporada de sucesso no Rio Grande do Sul, tornou a ver um incêndio destruir o São Pedro. Reconstruiu-o, novamente, e o fez freqüentar em temporadas de sucesso. Em 1860 fez sucesso em Lisboa para onde tinha viajado para representar.

Morreu em 24 de agosto de 1863, tendo sido enterrado no Cemitério de São Francisco de Paula.

A estátua foi erigida em 1891, em frente à antiga Academia Imperial de Belas Artes, e transferida, em 1916, para a frente do Teatro João Caetano, antigo Teatro São Pedro. É obra do escultor Francisco Manuel Chaves Pinheiro e representa o artista em uma cena da peça de Arnoult: “Oscar, filho de Ossian”. A espada que ostentava na mão direita foi roubada em 1985, recolocada em 1988, e novamente desaparecida em 2002. A foto abaixo é um cartão postal que mostra o Teatro, em frente à Praça Tiradentes.




quarta-feira, agosto 10, 2011

"Casa dos Bichos" - Mansão Dias Garcia

A foto de 1979 mostra o escritório da VEPLAN em uma das casas que marcaram a Avenida Atlântica.

Construída pelo conde Antonio Dias Garcia (1859-1940), que tinha emigrado para o Brasil e graças a seus esforços a partir da parceria em uma loja de ferragens, conquistou seu lugar na sociedade, e graças às suas benemerências, veio a receber, em 1928, o título de Conde, concedido pelo papa Pio IX e por intermédio do Cardeal Arcoverde do Rio de Janeiro, e o grau de Comendador da Ordem e Instrução e Benemerência, concedido pelo governo português e proposto pelo ministro da Instrução Nacional. A casa, plantada em terreno que ia até a Rua Domingos Ferreira, foi morada da família Dias Garcia até o final da década de 1960.

Vários animais existiam em seus jardins, o que fazia a alegria das crianças que se aboletavam no muro de pedra da “casa dos bichos” para admirá-los. Veja foto, publicada pela Revista LIFE, quando da visita de Wald Disney e sua equipe ao Rio de Janeiro.

Contam que para a instalação da VEPLAN o muro foi retirado, tendo suas pedras numeradas para posibilitar um eventual restauração. Depois de algum tempo foi a casa demolida para a construção do Hotel Marriot, inaugrado em 2001.




quarta-feira, agosto 03, 2011

Estátua da Amizade

Por iniciativa da American Chamber of Commerce foram recolhidos donativos para presentear o Brasil, no centenário de nossa independência, com uma estátua figurando a amizade entre os dois paises.

Realmente, em 1922, foi presenteado ao Brasil o bronze de autoria do escultor americano Charles Keeke. Entretanto, faltava um pedestal à estátua. Passaram-se as administrações dos prefeitos Carlos Sampaio, Alaor Prata e Antonio Prado e a estátua permanecia guardada, por não dispor de pedestal, até que, em 1931, por ação do Sr. Pedro Viana da Silva, diretor de arborização e jardins (que viria, depois, a se tornar a Fundação Parques e Jardins) o escultor Benevenuto Berna concebeu um pedestal, de 4m de altura, com uma alegoria: dois medalhões entrelaçados, com os bustos de George Washington e de José Bonifácio, com duas palmas, representando as duas nações, e envolvidas por folhas de hera simbolizando a amizade perene. Pode, então, o monumento ser inaugurado em 4 de julho de 1931, na confluência das Avenidas Pres. Wilson, e Churchill. É de se notar, nas fotos, a vastidão ainda deserta da Esplanada do Castelo de um lado, e a Igreja de Santa Luzia, de outro.

Onze anos depois, e com um pedestal bem mais alto, foi o monumento reinaugurado na Praça Quatro de Julho, fronteira à Embaixada dos EUA, hoje Consulado, que se vê na foto acima;

A escultura de Charles Keeke representa uma mulher, em pé, sustentando na mão direita uma palma de louros e tendo na esquerda os pavilhões americano e brasileiro ornados com folhas de louro. Na cabeça, a mulher tem um barrete frígio. A estátua tem pouco mais de 4 metros de altura, sobre um pedestal de 8 metros.







quarta-feira, julho 27, 2011

Cabeça de Porco

O Cabeça de Porco era um famoso e vasto cortiço no centro do Rio de Janeiro, perto de onde está, hoje, o túnel João Ricardo.

Á sua entrada, existia um grande portal em arcada encimado por uma cabeça de porco. Arcos, com cabeças de animais em gesso, eram comuns à época, em quintas e chácaras.

As histórias que cercam este cortiço são contraditórias. Algumas passaram a lendas urbanas, como a que dizem ter sido habitado por 4000 pessoas. Mas por volta de 1800 era, talvez, o maior cortiço da cidade. Um verdadeiro labirinto arquitetônico que se estendia da Rua Barão de São Felix até a pedreira dos Cajueiros, no Morro da Providência. Dizem que em seu interior “havia grande número de cocheiras com animais e carroças, galinheiros e até um armazém”, segundo uma reportagem publicada em 1926.

Era voz corrente que o proprietário do “Cabeça de Porco” seria o conde d’Eu, genro de D. Pedro II; entretanto, documentos indicam a existência de vários proprietários desde a primeira metade do Séc.XIX. Alguns permanecem nas redondezas como nomes de logradouros públicos, como é o caso da travessa de D.Felicidade e da ladeira do Faria.

Em 1891, o município assinava contrato com o engenheiro Carlos Sampaio, que se propunha a abrir um túnel e prolongar as ruas até sua entrada.

Em 26 de janeiro de 1893, o Prefeito Barata Ribeiro (o mesmo que dá nome à movimentada rua de Copacabana) baixou um decreto que permitia à Prefeitura dar combate aos cortiços da cidade. Neste mesmo dia, começou a demolição do Cabeça de Porco, executada pelo próprio Prefeito, secundado de um verdadeiro exército de empregados da Prefeitura, e mais bombeiros, funcionários da Higiene Pública, o chefe de polícia em pessoa, policiais, sanitaristas e engenheiros.

Ângelo Agostini, em reportagem na Revista Ilustrada, assim se refere à demolição: “Quem suporia que uma barata fosse capaz de devorar uma cabeça de porco em menos de 48 horas? Pois devorou-a alegremente, com ossos, pele e carne, sem deixar vestígios. E só assim a secular cabeça, que derrubou ministérios, fez as delícias do Conde d’Eu e as glórias da respeitável D.Felicidade Perpétua de Jesus, deixou de ser, sob o domínio impiedoso de uma barata...” O desenho abaixo ilustrava o texto.

Mal havia desaparecido o famoso cortiço, e os jornais já noticiavam a construção do túnel, que só seria concluída em 1922, quando era Prefeito o próprio Carlos Sampaio.

O Cabeça de Porco foi consagrado como uma coleção de vícios e defeitos de uma moradia e, como tal, incorporou-se à nossa linguagem como um sinônimo de habitação coletiva insalubre e de má qualidade.


quarta-feira, julho 20, 2011

Sociedades Carnavalescas Cariocas

A partir do séc. XIX, começaram a se formar, no Rio de Janeiro, as chamadas Sociedades Carnavalescas, que também eram designadas de Grandes Sociedades, Clubes Carnavalescos, ou apenas Sociedades. Essas agremiações promoveram durante muito tempo os mais importantes eventos carnavalescos no Rio de Janeiro.

No final da década de 1830, quando se começou a copiar o carnaval feito em Paris, rejeitando o chamado “entrudo” que era constituído de brincadeiras rudes e de mau gosto, o Rio começou a copiar os Bals Masqués franceses. A elite desfilava pelas ruas da cidade ao se deslocar das sedes das Sociedades aos locais onde se realizavam os bailes. E os próprios desfiles acabaram se transformando no que passaria a ser chamado de corso. Quem podia desfrutar de uma carruagem, e depois, de automóveis, passou a “fazer o corso”, que no início do séc. XX, consistia em desfilar não só pela Avenida Rio Branco, do obelisco à Praça Mauá e, de lá, no sentido oposto até o ponto inicial, como também pela Avenida Beira-Mar. Das viaturas, pessoas lançavam serpentinas e confetes nos outros carros, bricadeira bem mais simpática que o grosseiro entrudo que se vê na ilustração de Debret.

As fotografias mostram imagens de desfiles na Av. Rio Branco, e na Av. Beira Mar.